“POBRE
NÃO CONHECE DIREITO”. DIZ A PROMOTORA, RAFAELA MARTINS PEREIRA TONI, DA COMARCA
DE CANTANHEDE EM REUNIÃO REALIZADA NO DIA 25 DE JANEIRO DESTE ANO COM MEMBROS
DA REDE DE DEFESA DA CIDADANIA NO FÓRUM.
PROMOTORA, RAFAELA MARTINS PEREIRA TONI |
Após dois meses da interdição do matadouro público de Cantanhede e a
decisão da construção de um novo matadouro, o município realiza obras de
recuperação no matadouro interditado. A população se pergunta a todo o momento
se o matadouro que tanto prejudica a sociedade e coloca em risco a vida das
pessoas voltará a funcionar. É necessário termos consciência que o matadouro só
foi interditado porque a população realizou uma audiência pública, fez trabalho
de visitas e reuniões em bairros e comunidades para discutir o assunto. Após
isto foi dado entrada em representação contra o município no Ministério
Público, que por sua vez e com a pressão popular, ajuizou uma ação civil
pública. Com a decisão judicial o matadouro foi finalmente interditado,
aliviando o sofrimento de mais de quarenta anos da população de Cantanhede.
Agora a população não sabe se o matadouro continuará fechado ou será
reaberto. Por isso no dia 25 de janeiro membros da Rede de Defesa da Cidadania
estiveram reunidos com a promotora Rafaela Martins. Na reunião ela afirmou que
ainda não há decisão sobre o matadouro, ela disse que foi realizada reunião com
donos de frigoríficos e depois ela chamou o prefeito para uma reunião, as
alegações dos reclamantes são que o custo da carne está alto e o matadouro de
Miranda também não está em boas condições. A promotora nos afirmou que haverá
outra reunião e nesta pode ser firmado um termo de ajustamento de conduta, com
este termo o matadouro poderá ser reaberto por um prazo determinado, enquanto é
construído o novo matadouro.
A população, no entanto não concorda com a promotora por vários motivos:
Ela não faz seu papel de acompanhar e visitar o matadouro, na verdade antes da
representação da rede de defesa da cidadania o ministério público nunca tinha
feito visitas ao matadouro. Não conversou com ninguém que mora ao redor do
matadouro. Portanto, temos duas realidades, a primeira é de povo organizado que
mostra ser possível uma sociedade mais digna, a segunda um ministério público
que toma decisões, mas por não ter forças suficientes e independência se ver
obrigado a voltar atrás e prejudicar mais ainda a população. Quando a promotora
foi questionada sobre a organização do povo e o trabalho realizado pela
população, disse categoricamente que “pobre não conhece direito”, sendo assim o
que a população tem na verdade é um ministério público distante da população e
que não acredita na organização social.
Queremos questionar a promotora que tanto acredita em ajustamento de
conduta. O que ela leva em consideração para afirmar que o município cumprirá
com sua obrigação? Se ela nunca realizou uma audiência com o povo para discutir
o assunto e se ela mesma afirmou que o ministério público não pode obrigar o
município a realizar 100% de seus trabalhos. E ainda se ela afirma que o
dinheiro já foi liberado, por que ela não obriga imediatamente o início das
obras ao invés de ficar fazendo acordo com o prefeito.
Fonte: blog do Joni Rocha
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