Nos
próximos dias, o plenário do Senado vai votar a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC 66/2012) que garante às empregadas domésticas os mesmos
direitos já assegurados aos demais trabalhadores urbanos e rurais. Essa será a
última etapa de uma discussão que se arrasta há anos no parlamento e em 2012
foi aprovada pelos deputados.
Na
prática, se a chamada PEC das Domésticas for aprovada, a categoria terá 16
novos direitos trabalhistas: nove automáticos e mais sete que dependerão de
regulamentação, como adicional noturno e seguro contra acidentes de trabalho.
Ainda na lista de incisos que devem ser incluídos no Artigo 7º da Constituição Federal também estão o direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à jornada semanal de 44 horas, com oito horas diárias de trabalho, assim como o pagamento de indenização nos casos de demissão sem justa causa e de hora extra em valor, no mínimo, 50% acima da hora normal.
Ainda na lista de incisos que devem ser incluídos no Artigo 7º da Constituição Federal também estão o direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à jornada semanal de 44 horas, com oito horas diárias de trabalho, assim como o pagamento de indenização nos casos de demissão sem justa causa e de hora extra em valor, no mínimo, 50% acima da hora normal.
Os
efeitos que a nova lei pode gerar no mercado de trabalho dividem opiniões. Na
avaliação da organização não governamental Instituto Doméstica Legal, a norma
precisa vir acompanhada de uma medida provisória que desonere os empregadores.
Se isso ocorrer, a estimativa é que 1,3 milhão de trabalhadores domésticos
sejam formalizados.
“A
PEC é justa, necessária e merecida, mas ela sozinha vai provocar um genocídio
trabalhista dos pobres e excluídos”, diz o diretor da ONG Marcos Avelino,
apostando em um grande número de demissões.
A
proposta que está em discussão no Senado não prevê redução de impostos para
estimular a formalização desses profissionais, mas essa possibilidade, como o
abatimento no imposto de renda, está em análise em outras propostas no
Congresso Nacional.
De
acordo com pesquisa realizada entre novembro e janeiro deste ano pelo Instituto
Doméstica Legal, com a participação de 2.855 empregadores domésticos, se a
proposta for aprovada sem redução dos custos do empregador, cerca de 800 mil
empregados domésticos poderão ser demitidos.
“Pelos
dados do Ministério do Trabalho nós temos 7 milhões de empregadas domésticas
sem nenhum desses direitos que nós estamos tratando aqui [na PEC] e temos
apenas 1 milhão de empregadas com carteira formalizada. Não é isso que vai
determinar a informalidade. A informalidade já é a realidade de hoje. O que nós
temos visto é um movimento, mesmo ampliando os direitos, de mais formalização”,
minimizou a relatora da proposta no Senado, Lídice da Mata (PSB-BA).
Para
o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), possíveis demissões com a aprovação da lei
não devem ser vistas como um problema. “O Brasil avança com um novo modelo e
vai haver uma acomodação de mercado, como aconteceu na Europa e em países
desenvolvidos da América. O número de diaristas vem crescendo e com uma nova
lei que garanta a esses trabalhadores novos direitos claros, que não poderiam
ser postergados, nós vamos apenas acomodar o mercado. Não imagino que haverá
uma dificuldade maior”, explicou.
Segundo
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, há no
Brasil 6,653 milhões de empregados domésticos e diaristas. Nesse grupo, 92,6%
são mulheres e 7,4%, homens.
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