A Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged),
órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima),
concluiu a coleta de 10.845 amostras de sangue dos bovinos e bubalinos que
foram selecionados para participar do processo de sorologia do rebanho
maranhense. Já foram enviadas 4.500 amostras para a análise sorológica que está
sendo feita pelo Laboratório Nacional Agropecuário do Rio Grande do Sul
(Lanagro/RS), ligado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
(Mapa).
A sorologia, que deve ser concluída no início do mês de
novembro, tem como objetivo constatar a inexistência da circulação do vírus da
aftosa no Maranhão. O procedimento faz parte de uma série de ações
desenvolvidas pelo governo estadual para que o Estado seja classificado
nacionalmente pelo Mapa como Zona Livre de Febre Aftosa, o que está previsto
para acontecer no segundo semestre deste ano. O reconhecimento internacional
pela Organização Internacional de Episotias (OIE), deve acontecer no primeiro
semestre de 2013.
Também integra o cronograma de ações visando a mudança do
status sanitário, a cobertura vacinal contra a febre aftosa. No ano passado foi
imunizado 97% do rebanho maranhense, o melhor índice de cobertura vacinal dos
últimos anos 10 anos.
O resultado da última campanha de vacinação contra a
febre aftosa, realizada no período de 1º a 30 de junho, será divulgada pelo
secretário da Sagrima, Cláudio Azevedo, e o diretor geral da Aged, Fernando
Lima, nesta segunda-feira (13), durante coletiva com a imprensa, marcada para
as 14 horas, no gabinete da Sagrima.
Os animais que foram selecionados pelo Mapa para
participar da sorologia não foram vacinados durante a primeira etapa da
campanha. A proibição deve-se ao fato de que a vacina possa interferir num resultado
falso positivo da doença. A sorologia foi feita em 420 propriedades rurais
selecionadas de 146 municípios maranhenses.
As amostras de sangue foram centrifugadas, identificadas,
embaladas e congeladas pela Central de Triagem da Aged, localizada no laboratório
da Uema, antes de serem avaliadas pelo Lanagro. “Em caso de animais com amostra
positiva, eles serão submetidos a outro tipo de exame, com duas coletas em
intervalo de 15 dias da primeira para a segunda. Só assim poderemos ter uma
certeza da presença do vírus”, explicou a coordenadora do inquérito soro
epidemiológico da febre aftosa no Maranhão, Nancyleni Pinto Chaves.
O coordenador de Defesa Animal da Aged, Robson Claro
Costa Carvalho explica que muitos animais podem apresentar o resultado positivo,
ou seja, serem reagentes da doença, por causa do efeito da vacina contra a
febre aftosa que foi aplicada em campanhas de vacinação. “Estas novas coletas
serão feitas para comprovar que esses animais são reagentes não por causa da
doença e sim por causa da vacinação”, explicou ele. “À medida que sejam
comprovadas a não circulação viral nas propriedades, elas serão liberadas”,
acrescentou ele.
Para monitorar as propriedades rurais que participam da
sorologia, os técnicos da Aged realizam visitas quinzenais onde são feitas
vistorias do local, com inspeções de boca e patas dos animais amostrados.
Zona Livre de Febre Aftosa
O Maranhão, Pará, Ceará, Piauí, Pernambuco e Alagoas
integram o Projeto de Ampliação da Zona Livre Aftosa definido pelo Mapa.
Os trabalhos realizados pela Aged apresentaram resultados
significativos que foram reconhecidos pelo Mapa em duas auditorias realizadas
no Maranhão.
Na primeira auditoria o Estado obteve a maior nota entre
as federações fiscalizadas, cumprindo 89% dos itens avaliados pelo Governo
Federal. Na segunda auditoria, o Maranhão destacou-se mais uma vez e foi o
único estado a alcançar 100% de satisfação nos 27 itens avaliados pelo Mapa.
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