Em todo o mundo, estima-se que cerca de 230 milhões de
pessoas (5% da população adulta, com idade entre 15 e 64 anos) tenham usado
alguma droga ilícita pelo menos uma vez em 2010. O problema da droga atinge
cerca de 27 milhões de pessoas, o que representa 0,6% da população mundial.
Praticamente uma em cada 100 mortes entre adultos é atribuída ao uso de drogas
ilícitas.
Os dados fazem parte do Relatório Mundial sobre Drogas
2012, divulgado hoje (26) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e
Crime (Unodc). Segundo a publicação, o consumo e a produção de drogas ilícitas,
como a cocaína, a heroína e a maconha, têm ficado estável, apesar de mudanças
nos fluxos e mercados de consumo dessas substâncias.
O relatório mostra ainda que 13% dos usuários de drogas
têm problemas com a dependência, incluindo distúrbios e o aumento da incidência
de contração do vírus HIV, de hepatite C e hepatite B – entre usuários de
substâncias injetáveis.
De acordo com o Unodc, a maconha e os estimulantes do
tipo anfetaminas são as drogas mais usadas no mundo. Globalmente, o consumo de
cocaína ficou estável, com o número de usuários estimado em 2010 entre 13,3
milhões e 19,7 milhões, correspondendo a 0,4% da população adulta mundial.
Os principais mercados de cocaína continuam a ser a
América do Norte, a América do Sul e as Europas Central e Ocidental. O consumo
de cocaína entre os adultos diminuiu nos Estados Unidos, passando de 3% em 2006
para 2,2% em 2010. De acordo com o Unodc, isso pode estar relacionado ao declínio
de 47% na fabricação de cocaína na Colômbia.
Segundo o relatório, no Brasil, as apreensões federais
têm mais do que triplicado desde 2004, atingindo 27 toneladas em 2010. Alguns
dados indicam ainda uma expansão do mercado de cocaína, particularmente de
crack (droga derivada de cocaína) em alguns países da América do Sul.
O uso de cocaína também aumentou entre as nações
sul-americanas, inclusive no Brasil e em outros países que fazem parte do Cone
Sul, a partir de meados da década de 90 até 2005. “Dados de pesquisas recentes
para o Brasil estão indisponíveis, mas a preocupação com o aumento do uso de
cocaína no Brasil se reflete no programa nacional que o país lançou em dezembro
de 2011. O aumento nas apreensões também pode refletir o papel do Brasil como
um país de partida para a cocaína contrabandeada por meio do Oceano Atlântico”,
destaca o relatório.
Daniella Jinkings - Repórter da Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade
Arte da foto: comadsscai.com.br
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