Apenas três municípios ficaram entre os 500 melhores
resultados do país, enquanto que 17 constam do ranking dos 500 piores.
De 217 municípios avaliados no estado do Maranhão, 194
apresentam baixos resultados em gestão fiscal, sendo que 79,4% deles foram
avaliados com os conceitos difícil ou crítico. Apenas três municípios ficaram
entre os 500 melhores resultados do país, enquanto que 17 constam do ranking
dos 500 piores. Os dados são do IFGF (Índice FIRJAN de Gestão Fiscal), criado
pelo Sistema FIRJAN para avaliar a qualidade de gestão fiscal dos municípios
brasileiros.
Em sua primeira edição e com periodicidade anual, o IFGF
traz dados de 2010 e informações comparativas com os anos de 2006 até 2009. O
estudo é elaborado exclusivamente com dados oficiais, declarados pelos próprios
municípios à Secretaria do Tesouro Nacional.
O indicador considera cinco quesitos: IFGF Receita Própria,
referente à capacidade de arrecadação de cada município; IFGF Gasto com
Pessoal, que representa quanto os municípios gastam com pagamento de pessoal,
medindo o grau de rigidez do orçamento; IFGF Liquidez, responsável por
verificar a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os
ativos financeiros disponíveis para cobri-los no exercício seguinte; IFGF
Investimentos, que acompanha o total de investimentos em relação à receita líquida,
e, por último, o IFGF Custo da Dívida, que avalia o comprometimento do
orçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em
exercícios anteriores.
Os quatro primeiros têm peso de 22,5% sobre o resultado
final. O IFGF Custo da Dívida, por sua vez, tem peso de 10%, por conta do baixo
grau de endividamento dos municípios brasileiros. O índice varia entre 0 e 1 e
quanto maior, melhor é a gestão fiscal do município. Cada cidade é classificada
com conceitos A (Gestão de Excelência, acima de 0,8001 pontos), B (Boa Gestão,
entre 0,6001 e 0,8), C (Gestão em Dificuldade, entre 0,4001 e 0,6) ou D (Gestão
Crítica, inferiores a 0,4 pontos).
O quadro maranhense apresenta dois pontos contrastantes que
chamam a atenção. Se por um lado a média do IFGF Receita Própria próxima a zero
(0,1121) indicou baixa geração de receitas próprias dos seus municípios, por
outro 64 deles receberam nota máxima no IFGF Investimentos por investir mais de
20% das receitas.
A capital São Luís ficou na 22ª posição entre as capitais
brasileiras, na 89ª do ranking estadual e no 3.281º lugar nacional. Essas
posições são explicadas pelos conceitos D (crítico) no IFGF Pessoal e,
sobretudo, pela deficiente administração dos restos a pagar. Por tudo isso São
Luís exemplifica o fato de que gerar recursos tributários não é garantia de
excelência na gestão fiscal.
Nenhum dos municípios do estado apresentou excelência na
gestão fiscal (conceito A), e apenas três ficaram entre os 500 maiores do
ranking nacional. Pesou sobre os resultados dos municípios a baixa geração de
receitas próprias, ainda que todos os outros indicadores tenham ficado em um
nível bom.
Em décimo lugar do estado, o município de São Domingos do
Maranhão foi exceção, devido aos elevados gastos com pessoal que influenciaram
negativamente o seu quadro fiscal. Os cinco melhores municípios em gestão
fiscal foram: Bacabeira, Magalhães de Almeida, São José de Ribamar, Graça
Aranha e Santa Filomena do Maranhão.
Na outra ponta do ranking, entre os cinco piores resultados
maranhenses estão São Francisco do Brejão (0,1508); Presidente Juscelino
(0,1722); Feira Nova do Maranhão (0,1849); Parnarama (0,2161)e Coroatá
(0,2237). Os péssimos resultados maranhenses foram generalizados, mas chamaram
atenção os sete zeros no IFGF Liquidez e no IFGF Pessoal. Ou seja, sete
municípios terminaram o ano de 2010 com mais restos a pagar do que recursos em
caixa. Alguns também ultrapassaram o limite de pessoal da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Em sua estreia, o IFGF avaliou 5.266 cidades brasileiras,
onde vive 96% da população. Dos 5.565 municípios do país, 297 não apresentaram
seus dados fiscais ao Tesouro Nacional até o fechamento do trabalho, em
setembro do ano passado ¬– isso apesar de o prazo oficial do Tesouro terminar em
junho. São 43 municípios da Bahia, 34 do Pará, 33 de Minas Gerais, 29 do Piauí,
23 do Maranhão, 22 de Goiás, além de 113 de outros 19 estados brasileiros.
No caso do Maranhão, não estavam disponíveis na base de
dados da Secretaria do Tesouro Nacional os dados dos municípios de Arame,
Arari, Balsas, Brejo de Areia, Cajapió, Campestre do Maranhão, Cedral,
Conceição do Lago-Açu, Governador Luiz Rocha, Itaipava do Grajaú, Nova Iorque,
Porto Rico do Maranhão, Presidente Vargas, Rosário, Santo Amaro do Maranhão,
São Bernardo, São Domingos do Azeitão, São João do Paraíso, São Vicente Ferrer,
Satubinha, Serrano do Maranhão e Sucupira do Norte. Turilândia não entrou na
base por apresentar dados inconsistentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário