Dezoito
salários por ano: essa é a remuneração dos 42 deputados do Maranhão. Neste
Estado, as verbas de entrada e de saída, que estão sendo questionadas em todo o
País, correspondem a 2,5 vezes o valor do subsídio recebido mensalmente. A
distribuição do acréscimo custa para os cofres públicos mais de R$ 5 milhões
por ano. Nos meses de dezembro e fevereiro, os parlamentares recebem uma
"ajuda de custo" de R$ 50.105,85, determinada por decreto legislativo
em 2006. Esse valor é adicionado ao salário pago normalmente, além de seus
subsídios mensais de R$ 20.042,34. O total que os parlamentares recebem em cada
um desses dois meses é de R$ 70.148,19.
Em 2010,
o benefício foi estendido aos suplentes de deputado que, provisória ou
permanentemente, assumissem o mandato parlamentar. No decreto legislativo
331/06, que regra a remuneração dos membros da Assembleia Legislativa, a
justificativa para a concessão das verbas de entrada e de saída é de que elas
serviriam para compensar as "despesas de transporte e outras
imprescindíveis para o comparecimento à sessão legislativa ordinária".
João Evangelista, morto em 2010 |
A
inclusão do benefício foi feita pelo então presidente da Assembleia
Legislativa, João Evangelista, morto em 2010.
Deputados não têm 13º salário e o
cargo que ocupam não tem status de emprego, mas de função pública. Por isso,
recebem subsídios em vez de salários e ficam privados do benefício garantido à
maioria dos trabalhadores do País. Ainda assim, esse mesmo decreto diz que,
caso compareça a 2/3 da sessão, o deputado terá direito a mais uma vez o mesmo
valor de seu subsídio. Assim, totalizam 18 salários por ano.
Exercendo
o quinto mandato consecutivo como deputado, o presidente da Assembleia
Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), diz que não tem conhecimento da quantia
disponibilizada pelas verbas de entrada e de saída no Estado, mas afirma estar
avaliando junto aos demais componentes da Mesa Diretora da Casa as providências
a tomar.
Pres. da ALMA, Arnaldo Melo (PMDB) |
"Todas as assembleias do Brasil estão debatendo esse assunto e
aqui nós também estamos. Na semana que vem vamos avaliar os procedimentos
tomados nas demais casas legislativas e definir o que fazer", afirmou.
A
assessoria da Assembleia Legislativa não informou se todos os 42 deputados
recebem efetivamente o benefício e disse que se pronunciará sobre o assunto
somente depois da reunião da Mesa Diretora, que acontecerá na segunda-feira.
Carlos Alberto Milhomem (PSD) |
"Recebo
como todos os outros. Não se trata de ser merecido ou não pelos deputados.
Quando entrei na Assembleia, em 1995, essas verbas já existiam e não cabia a
mim contestá-las", opinou Carlos Alberto Milhomem (PSD).
"Não
sei qual é o valor específico, mas recebo a mesma remuneração de todos os
deputados, inclusive as verbas de entrada e de saída", disse Roberto Costa
(PMDB).
Roberto Costa (PMDB) |
"É
uma resolução da Casa que tem presunção de legalidade, de acordo com as últimas
decisões judiciais. Inclusive declaro o recebimento no imposto de renda, pois
entra como rendimento parlamentar. Se alguma coisa tiver que ser questionada, é
a sua vigência daqui para frente", ressalto Rubens Pereira Junior (PCdoB).
Rubens Pereira Junior (PCdoB) |
por: Aline
Louise, portal Terra
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